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Impacto do Projeto MicroFish

Para salvaguardar os ecossistemas marinhos e aumentar a sensibilização sobre a poluição, foi lançada uma iniciativa de investigação inovadora intitulada MicroFish. Liderado por uma equipa multidisciplinar coordenada pela Dra. Patrícia Pinto e pela Dra. Ana Patrícia Mateus, do CCMAR – Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, este projeto explora as interações complexas entre microplásticos de origem antropogénica, micropoluentes farmacêuticose a biosfera marinha.




Principais Impactos

O projeto MicroFish centra-se na monitorização ambiental, no estudo das potenciais interações entre microplásticos e micropoluentes e na identificação dos impactos biológicos em organismos marinhos, particularmente em peixes, e na promoção de iniciativas de ciência cidadã. Localizado na região do Algarve, o projeto colabora com escolas locais para fomentar o envolvimento científico e a consciência ambiental.


A equipa integra competências multidisciplinares, incluindo especialistas em biologia celular, histologia, fisiologia comparada e química ambiental. Os colaboradores incluem instituições académicas e especialistas da indústria, garantindo uma abordagem abrangente à investigação.



Rastreio de Micropoluentes em Tempo Real

Entre 2024 e 2025, os investigadores realizaram cinco campanhas sazonais de monitorização ambiental em 18 pontos de recolha, incluindo ETARs, instalações aquícolas e zonas costeiras. Utilizando protocolos LC-MS/MS, em colaboração com a EPAL e a Águas do Algarve, foram analisados 29 compostos farmacêuticos (PhCs), dos quais 17 foram detetados em concentrações mensuráveis — maioritariamente em águas residuais não tratadas. De forma encorajadora, as ETARs da região demonstraram uma elevada eficiência na remoção da maioria destes poluentes.



Deteção de Microplásticos e Microrganismos

A equipa otimizou técnicas de deteção de microplásticos utilizando espetroscopia micro-FTIR, tendo também iniciado sequenciação metagenómica para caracterizar a diversidade microbiana e os genes de resistência. Foram analisadas mais de 50 milhões de sequências genéticas, revelando dados críticos sobre a remoção de microrganismos associados ao ser humano e o potencial para a criação de biobancos ambientais de longo prazo.



Impacto na Vida Marinha: Bioensaios a Ensaios In Vivo

As avaliações de impacto biológico incluíram bioensaios com Artemia sp. e experiências in vivo com juvenis de dourada, avaliando os efeitos fisiológicos do composto farmacêutico persistente carbamazepina — isoladamente e em combinação com nanoplásticos. Estes ensaios oferecem uma compreensão aprofundada da resposta dos organismos marinhos à exposição a misturas complexas de poluentes.



Educação e Ciência Experimental

Para além da investigação científica, o MicroFish investiu fortemente na literacia oceânica e no envolvimento comunitário. Mais de 50 alunos de escolas do Algarve participaram na construção de ferramentas robóticas, amostragem de água e co-criação de conteúdos científicos. Um livro de banda desenhada e materiais educativos interativos serão distribuídos nas escolas para promover a consciência ambiental entre os mais jovens.



Contribuição para Políticas Públicas e Cooperação Internacional

O projeto reforçou ainda o papel de Portugal na política científica internacional, através de contribuições para as redes EUROMARINE, TransOcean e MAPPED. Estão também em preparação, a elaboração de artigos científicos, que o projeto MicroFish contribuiu diretamente para o desenvolvimento de normas emergentes de monitorização de micropoluentes marinhos.



Alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

O projeto MicroFish está diretamente alinhado com vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, reforçando o compromisso estratégico da FAM Foundation em financiar soluções científicas com relevância social e ecológica. Os principais ODS abordados incluem:

  • ODS 14 – Vida na Água: O MicroFish contribui diretamente para a proteção da biodiversidade marinha através do estudo dos impactos da poluição nos peixes e noutros organismos, promovendo ecossistemas marinhos mais saudáveis em áreas costeiras vulneráveis.

  • ODS 6 – Água Potável e Saneamento: Ao monitorizar micropoluentes e fármacos em águas residuais e sistemas costeiros, o projeto contribui para a melhoria da qualidade da água e para a identificação de riscos para a vida aquática e para a saúde humana.

  • ODS 4 – Educação de Qualidade: Através da componente de literacia dos oceanos e do envolvimento dos jovens, o MicroFish promove a consciência ambiental e a educação científica entre crianças e jovens em idade escolar, incentivando a próxima geração de cientistas marinhos e líderes em sustentabilidade.

  • ODS 3 – Saúde e Bem-Estar: Ao analisar de que forma os poluentes afetam as espécies marinhas e, potencialmente, a cadeia alimentar, o projeto apoia a consideração de questões de saúde humana na tomada de decisões ambientais.

  • ODS 13 – Ação Climática (indireto): Ao gerar conhecimento sobre a resiliência dos ecossistemas e os fatores de pressão da poluição, o projeto fornece dados e quadros de referência que contribuem para estratégias de adaptação climática em comunidades costeiras.



Este alinhamento multidimensional destaca o contributo do projeto não apenas para o avanço científico, mas também para os objetivos mais amplos do desenvolvimento sustentável e da governação dos oceanos.


Pode encontrar mais informações no relatório acima.




O projeto MicroFish exemplifica como a ciência de ponta, a educação e a responsabilidade ambiental podem convergir para enfrentar ameaças invisíveis, mas críticas, aos nossos oceanos.



A FAM Foundation está comprometida com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sendo que o projeto MicroFish contribui diretamente para os seguintes ODS.


SDG14
SDG6
SDG4






SDG3
SDG3







Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), também conhecidos como Objetivos Globais, foram adotados pelas Nações Unidas em 2015 como um apelo universal à ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que, até 2030, todas as pessoas possam viver em paz e com prosperidade.






 
 
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